A estrada é um fio que surge do beijo de duas montanhas, vestidas com o capuz da noite. Alguma estrela se desprende e vem pousar de vagalume, o carro para, entre a escuridão árida dos cajueiros. Me sento na carroceria e contemplo a estrada vazando para o centro do meu campo de visão. A poeira vira uma névoa rósea fluindo centrípeta para a luz do farol. Há um carro depois de nós. Sinto então um contentamento de ser uma promessa de imagem semi-apagada na maturidade dessas crianças de hoje. Lembrança leve de uma tarde, compartilhando as alegrias da música.
Eric D'Ávila
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