Lavar alface para um batalhão com pouca água. Esse foi o desafio que me conduziu, concentradamente, ao ano da graça de 2011. Ingeri o ayahuasca ao som das encantorias do jovem mestre Juliano, e fui conduzido ao coração da floresta, ao coração do meu corpo, ao coração da minha morte, ao coração de minha metamorfose. Vieram os Erês, os Gaviões, os rapés, o Caboclo, a Bruxa, o Boto, o passarinho e a Grande Borboleta. Rendi minhas vísceras à catarse e inaugurei o ano ingerindo o uricuri, a fruta-coco do anjo bom, amazonía achada pelo acocorado índio francês, o Geronym. Várias flechas se lançaram contra o meu corpo, mas a única que me atingiu foi a de São Sebastião. Essa flecha me fez ser mulher por 7 dias e agora sou homem por mais 7.
Eric D'Ávila
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