Era uma vez um sapo que certo dia beijou uma abóbora. A abóbora despertou de seu sono leguminal e se transformou lentamente em uma boneca. A boneca beijou o sapo de volta e o sapo se transformou em boto-cor-de-rosa. O Boto ofereceu à ela além de seu galanteio, um lindo cravo vermelho e a boneca botou aquele cheiro de morte em seu cabelo dourado de milho, no cantinho perto da orelha. A boneca beijou o sapo e o sapo se trasnformou em Príncipe, mas só que era um Príncipe analfabeto. Analfabeto e acoolatra. O Alcoolatra estuprou brutalmente a boneca sublime que engravidou e fez morrer sua infância. A mulher em que se transformou a boneca se chamou Maria, que desde então amanhece com a vassoura na mão, cuida da roça e de quinze filhos, inclusive de mim.
Eric D'Ávila
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