6 de fev. de 2011

Na aldeia Umutina uma das coisas que me pegaram foram os olhos que sorriam, e a leveza e o respeito que havia com o jeito de tratar as coisas. Dentro da aldeia me voltaram muitos tempos que se perdem numa metrópole. Tempo de observar, tempo de respirar, tempo de memória, tempo nuvem...

Estava saindo de um dia de oficinas e peguei uma criança de cavalinho. Pra que né? Logo havia várias criaças em volta que queriam andar de cavalinho, e eu tentava mudar de assunto, propor outra brincadeira, mas sempre voltava ao mesmo ponto e já vinha umas três crinaças agarradas no meu pescoço e outras me puxando pra brincar. Eu não fazia idéia de como iria sair dessa. Até que reparei que eu estava fazendo o tempo todo a voz do Tilápia (palhaço que faço na apresentação)e então comecei a falar com minha voz normal, um pouco mas sério :P, e disse: - Agora chega. A brincadeira já acabou. Foi legal mas já deu.

Na mesma hora a criançada parou, uns deram um muxoxo de "pena que acabou",se despediram e sairam em bando pra brincar em outro lugar.

Fiquei impressionado como elas entenderam o momento de brincadeira pelo jogo da voz que eu estava propondo, e também como elas entenderam o momento de parar sem que eu precisasse recorrer a qualquer tipo de bronca sem sentido. Acho que se fosse em São Paulo eu já teria sido vítima de vários montinhos, pancadas e só ia sair dessa correndo pra um algum lugar seguro!

Pedro Bacellar
(post sobre a Aldeia Umutina)

Um comentário:

Carmen disse...

Pedro que lindo tempo ... saudades